sexta-feira, 17 de julho de 2009

" A direita está bem, obrigado!"

"Apesar da crise do capitalismo, os conservadores ganharam as eleições. Uma jornalista americana [Anne Applebaum, revista Slate, Washington] analisa este êxito."

"Há muito que estamos à espera, mas a reacção europeia insistentemente prevista - contra o capitalismo, o mercado livre e a direita - não há meio de chegar." (...)

"Nestas eleições [europeias], pelo contrário, o capitalismo triunfou, pelo menos na sua forma europeia mais emotiva. Esta votação é de um tipo especial. Há muito menos gente a votar do que nas eleições nacionais e os que votam têm uma vaga ideia sobre o que fazem os euro-deputados.

A gradual acumulação de poder no Parlamento Europeu parece não ter tido qualquer efeito na sua imagem pública, que se mantém a de uma instituição que não faz nenhum, composta por políticos que só batem palmas e custam uma fortuna em bilhetes de avião.

Em consequência, os partidos de franja, incluindo a chamada extrema-direita, atraem votos de protesto e têm resultados invulgarmente elevados." (...)

"Mas como é possível que a direita europeia esteja a ter tão bons resultados - e muito melhores que os seus homólogos americanos - , num período geralmente referido como de crise global do capitalismo?" (...)

"Não quero dizer que qualquer dos conservadores europeus se daria bem nos EUA (imagine-se Silvio Berlusconi, os «paparazzi» e as alegadas amantes adolescentes, fazendo campanha no Mississípi...). Também é certo que não têm muito em comum: a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês Nicolas Sarkozzy mal aguentam estar na mesma sala. Mas o êxito do centro-direita europeu durante a crise prova que algo na sua fórmula politica toca as pessoas. São conservadores a nível fiscal. Não são liberais-sociais, mas são centristas-sociais. Não se deixam seduzir pela moda do despesismo. Tentam manter uma aparência de saúde no orçamento. E, por agora, ganham eleições." Courrier Internacional

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