quarta-feira, 29 de julho de 2009

Famalicão e o seu 'Parque Mayer'...

“Num primeiro momento fomos, ambos, constituídos arguidos num processo judicial que nos foi movido pela Arquitecta Gabriela. O Dr. Nuno Carvalho por ser o autor de um artigo de opinião. E eu por, como directora do Jornal Cidade Hoje, permitir que o mesmo artigo fosse publicado no semanário que, então, dirigia.” Edna Cardoso, PovoFamalicense 28 Julho 2009

Os cronistas da imprensa local recorrerão cada vez mais à escrita do tipo 'La Fontaine*' para poderem falar ou escrever livremente sobre politica, e principalmente, sobre os ‘figurantes’ deste concelho.

Senão vejamos, em Famalicão existem quatro semanários, em todos eles a manchete é a mesma, e a forma como a notícia é-nos apresentada, diferente. Em suma, a mesma notícia é trabalhada conforme os interesses editoriais, remetendo para o seu leitor a interpretação subjectiva da (des) informação apresentada.

Quando um destes cronistas face á (sua) interpretação, opina acerca de qualquer assunto político nos seus artigos de opinião, só porque é incómodo a quem governa, tem um processo 'Kafkaniano’ á perna?

Se o suposto lesado solicitasse ao mesmo meio de informação o uso do ‘direito á resposta’, não estaria o assunto resolvido?

O direito ao uso das instituições judiciais para a resolução destes problemas, não será nada mais, que um argumento politico de castração face a quem escreve?

Condicionar desta forma quem escreve (sobre politica nesta terra) remete-nos para um passado (relativamente recente) de ditadura; quando nas peças da 'revista á portuguesa' levadas à cena, se introduziam mensagens subliminares com intuito de criticar o governo. Isto só era possivel devido à imaginação dos seus autores, e quando o célebre 'lápis azul' da censura não conseguia ‘matar’ as mensagens introduzidas, no acto da revisão de toda a peça.

Assim, o 'dedopolitico' aconselha todos os nossos estimados cronistas, a escreverem os seus tão apreciados artigos de opinião, usando preferencialmente como referência (de escrita) não a 'revista à portuguesa', mas 'La Fontaine*'; pois este sempre usava os mais diversos animais para descrever a sociedade e os seus figurantes!

O défice democrático começa a ser preocupante...

*"As fábulas continham histórias de animais, magistralmente contadas, contendo um fundo moral. Escritas em linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fontaine conquistaram imediatamente seus leitores."Jean de La Fontaine

0 Caixa do leitor: