domingo, 3 de janeiro de 2010

Extremismo e extremistas numa sociedade democrática...

É com um ódio que cega que Francisco Louça fala do capitalismo e dos capitalistas, e é com o dedo em riste que acusa quem, justa ou injustamente, representa o capital!

No entanto, esta parece ser 'a causa real' que lhe pretende limitar, no meio da sua ensurdecedora verborreia, a sua liberdade expressão?

2 Caixa do leitor:

Teresa Fidalgo disse...

A 5 de Outubro de 2009, Francisco Louçã disse: “Hoje pela madrugada fora, um pequeno grupo patusco atrás de um milionário banqueiro [referindo-se a Paulo Teixeira Pinto, antigo administrador do BCP e presidente da Causa Real], que conduziu um dos maiores escândalos da criminalidade económica em Portugal, lá apareceu pelo Tejo a gritar as saudades da monarquia”.

Ora, considerando que patusco quer dizer brincalhão, extravagante, excêntrico; que conduzir significa levar ou trazer a determinado sítio. Atendendo a que Teixeira Pinto é presidente da Causa Real e foi presidente da administração do BCP (2005-2007), e administrador desde 1995; que nesse período se deu o maior “escândalo” económico de todos os tempos da banca… Não vejo onde está o crime de difamação perpetrado pelo Francisco Louçã!

De facto, Louçã chateia, mas não é à toa, ver relatório apresentado em Julho de 2008 - http://www.esquerda.net/media/relatorio_BCP.pdf - e por isso convém que estaja calado. Esta do processo crime vem mesmo a calhar.

Na verdade, em vez de estarmos preocupados com os supostos ódios do Louçã, devíamo-nos preocupar com os 10 milhões de euros que Teixeira Pinto recebeu em 2007, aquando da sua saída do BCP, e dos 35 mil euros que arrecada todos os meses (14) a título de pensão vitalícia (500 mil euros).

(bem, mas se ser contra flagrantes desigualdades é ódio e cegueira... não sei o que significam estas palavras)

Paulo Costa disse...

Colando-me à minha cara camarada Teresa, venho aqui também deixar uma pequena nota de repulsa pelo post preconceituoso de quem (e que não conheço), talvez, pouco mais conheça de Louçã do que os poucos minutos de frases 'fortes' que aparecem nos ecrãs televisivos. O suposto ódio, sêlo-á tão cristão como o de tantos amantes da condição humana, que não esperam pelos deuses, para, com a urgência possível, combater esses ícones da desigualdade nacional, como o referido patusco, ou os Melo ou os Espírito Santo (certamente tudo boa e espirituosa gente) que são o rosto destas desigualdades obscenas que queremos, pelo menos, atenuar, e ainda que neste priveligiado canto do planeta. Sabemos que os chavões dão jeito para uma qualquer leitura simplista das realidades, mas procure superar esse estádio de achar 'normal' a narrativa capitalista e talvez veja mais amor ao próximo nesse invocado ódio do que nas retóricas caritativas de tantos predadores sorridentes que por aí se passeiam... cordiais saudações bloquistas.