sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

No 'jobs for the boys'?

Atraídos pelo crescimento económico, o número de portugueses, segundo o INE, a viver em Angola já é quase o triplo dos angolanos a viver em Portugal.

Isto, porque "nunca foi tão difícil encontrar um emprego estável como hoje. Apesar de, em média, terem mais habilitações curriculares do que as gerações que os precederam, os jovens portugueses de hoje, correm o sério risco de se tornarem numa geração sem esperança."

4 Caixa do leitor:

Teresa Fidalgo disse...

O verdadeiro problema é que nos temos preocupado com tudo, menos com o verdadeiro crescimento da economia... Com a criação de empregos, com a valorização das profissões, etc, etc, etc.
Enquanto isso, os outros vão-nos passando a perna.

dedo politico disse...

Teresa,

A ilusão ou a necessidade do dinheiro, por vezes, leva-nos a tomar decisões precipitadas!

Emigrar para Angola, principalmente por motivos de segurança, não é a mesma coisa que emigrar para a Europa ou América!

E, mais grave do que isso, é começar a imaginar quantos são os emigrantes portugueses que (já) começam a vir de lá sem vida, com histórias muito mal contadas, sem que o estado Português investigue ou faça caso disso!?

O ‘dedopolitico’ concorda com a Teresa e responsabiliza igualmente a inépcia do governo que não cria emprego, mas também temos que responsabilizar, por vezes, a falta de imaginação dos estudantes devido ás áreas de formação que escolhem.

O ‘dedopolitico’ sabe que as pessoas têm legitimidade de escolherem, para a sua formação profissional, o que desejarem, mas será que precisamos de continuar a formar tantos advogados, professores, e tantas outras profissões, quando se sabe de antemão que não terão ‘futuro’ no mercado de trabalho? Se a responsabilidade é do governo, certamente que também existirá uma quota-parte de responsabilidade na decisão do cidadão!

Não seria preferível, por exemplo, o governo fazer a gestão das vagas do ensino superior em função das necessidades actuais do país?

Diminuir, por exemplo, o número de vagas nos cursos de ensino e direito, e aumentar as vagas nos cursos de engenharia e medicina?

Enquanto o cidadão nacional, não vir ensino superior como uma ferramenta de trabalho para valorizar competências; e continuar a ver o curso superior como um status quo… este país não irá para a frente… pois no final, estes ‘doutorinhos e engenheiros tecnicos’ (formados ao domingo) serão os mesmo que actualmente e no futuro próximo, nos governarão!

Confusa?
– Até o ‘dedopolitico’! Pois estes temas, emprego, formação académica, emigração (actual), inércia/inépcia do governativa, face ao excessivo número de desempregados, faz isto tudo ser uma autêntica bola de neve, onde é impossível desassociar tudo isto da realidade nacional!

Teresa Fidalgo disse...

Infelizmente, hoje estão desempregados licenciados e não licenciados, especializados e não especializados, técnicos e não técnicos, qualificados ou não qualificads... só está bem quem está ou passou pelo governo, com as consequentes colocações nas administrações das grandes empresas públicas ou de financeiras...

Quanto aos numerus clausus, e abertura de outras universidades, é lógico que também estou de acordo, no sentido de direccionar para o que é preciso. Mas como em tudo... há que lutar contra os "interesse instalados" e não me parece que haja grande vontade. Veja o que aconteceu recentemente quando se anunciou a criação de uma nova universidade pública de medicina - o que berrarm os médicos (casta intocável!).

Teresa Fidalgo disse...

Só mais uma coisa, muitas vezes os jovens também não têm grande opção de escolha de cursos... E essa é uma opção do governo. É preciso, 1º o governo direccionar os cursos para áreas que são efectivamente necessárias, e depois é que se pode falar de escolha (sem oferta não há por onde escolher), para não acontecer aquilo que diz: o curso apenas como status.