O 'dedopolitico' desconhece se alguma vez ele o citou, mas para muitos, dada a sua génese, assumida e marcadamente contestatária, Manuel Alegre, será sempre, contrastando com a imagem do politico que tem de decidir, um excelente (o melhor!) politico nacional a fazer oposição.
Manuel Alegre, na parte final do editorial nº 4 da Revista Ops!, de Julho de 2009, na véspera de eleições legislativas, valorizava o seu lugar contra aquilo que considerava ser “a ofensiva ideológica da direita contra as metas sociais consagradas na Constituição da República Portuguesa”.
No “combate pela defesa de uma democracia em que direitos sociais sejam inseparáveis dos direitos políticos”, no mesmo editorial, prometia lutar, juntamente com os seus parceiros -a revista OPS! e a Corrente de Opinião Socialista- pela “Escola Pública, pelo Serviço Nacional de Saúde e pela Segurança Social Pública”, “por uma revisão do Código Laboral, pela transparência das decisões dos poderes públicos e pelo direito ao território”.
Ontem, Manuel Alegre enquanto homem de esquerda, conseguiu bater-se, “dentro e fora do PS, por uma alternativa socialista ao neo- liberalismo ainda dominante”. Hoje, em véspera de eleições Presidenciais, para que possa contribuir "para um programa capaz de responder à crise provocada pelo colapso do capitalismo financeiro, crise essa que não pode ser superada com políticas inspiradas pela ideologia que está na sua origem", Manuel Alegre, enquanto Presidente da Republica, conseguirá impedir uma reedição “do Bloco Central ou de qualquer outra forma de aliança à direita”?
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