terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Os jornalistas deveriam defender o Wikileaks porque um dia pode tocar-lhes a eles."

Engane-se quem pensa que esta encenação só tem lugar garantida nos  'palcos' dos grandes Estados de 'classe' mundial, ou nos governos nacionais; podem ter  certeza que o mesmo acontece todos os dias, ao virar da esquina, em qualquer autarquia deste país.

Por (boa) culpa da "sociedade civil internauta", também; ao falar do "poder que reside no controlo da comunicação", Manuel Castells, no seu artigo de opinião de leitura obrigatória,  publicado no jornal La vanguardia, sem o saber, explica-nos com exactidão como, numa tentativa cada vez mais vã e infrutífera  de " manter os seus cidadãos na ignorância das suas manobras",  algum do poder politico (local) em conluio com os meios de comunicação agem, para que possam garantir os seus interesses próprios.


"Entramos numa nova fase da comunicação política. Não tanto por se revelar segredos ou fofocas, mas porque se difundem por um meio que escapa ao aparelho do poder. A fuga de confidências é a fonte do jornalismo de investigação com que sonha qualquer meio de comunicação em busca de novidades...


"Os governos podem espiar, legal ou ilegalmente, os seus cidadãos. Mas estes não têm direitos à informação sobre quem actua em seu nome, exceptuando a versão mais censurada que os governos constroem. Neste grande debate, as empresas da Internet auto proclamadas plataformas de livre comunicação e os médios tradicionais tão ciosos da sua própria liberdade, vão contradizer-se. A ciberguerra começou. Não uma ciberguerra entre Estados como se esperava, mas sim entre Estados e a sociedade civil internauta. Nunca mais os governos poderão ter a certeza de manter os seus cidadãos na ignorância das suas manobras. Embora hajam pessoas dispostas a fazer leaks numa Internet povoada de wikis, surgirão novas gerações de wikileaks."

0 Caixa do leitor: