quarta-feira, 1 de julho de 2009

“Estamos a chegar ao fim da crise” mas "é cedo para lançar foguetes"

“Estamos a chegar ao fim da crise”

"A subida dos níveis de confiança levou o ministro das Finanças a dizer que estaremos a chegar ao fim desta crise. Os economistas ouvidos pelo Diário Económico aplaudem os números, mas recomendam cautela.

"Temos os sinais de que estaremos, porventura, a chegar ao fim desta crise" - foi assim que Teixeira dos Santos reagiu ontem à ligeira melhoria dos indicadores de confiança das empresas e consumidores. Perante as palavras do ministro das Finanças, os economistas recomendam cautela na análise dos números e sublinham que a melhoria dos últimos dois meses não significa sair da crise.
Depois de ter atingido em Abril deste ano o valor mais negativo de sempre (três pontos negativos, que comparam com uma média, desde 1989, de 2,1 pontos positivos), o indicador de clima económico português iniciou uma ligeira recuperação. À semelhança do que já verificara em Maio, este mês o indicador voltou a corrigir, para -2,1 pontos." Económico

"É cedo para lançar foguetes"

A retoma não tem data marcada. Ninguém consegue adivinhar quando é que a crise vai acabar. Não existem bolas de cristal para antever a retoma.

A recuperação da economia será feita através de uma sucessão de indicadores que, com o passar dos tempos, vai ganhando uma maior consistência até que, um belo dia, nos apercebemos de que o pior já passou.
Ontem saíram dois indicadores positivos que apontam nesse sentido. O INE revelou que os níveis de confiança estão a subir entre os consumidores portugueses e que o indicador de clima económico também aumentou nos últimos dois meses.
Teixeira do Santos encheu-se de confiança e apressou-se a dizer que estes dados são "sinais positivos que indicam que a crise se aproxima do fim". Isso no mesmo dia em que a Comissão Europeia veio dizer que ainda "é prematuro pensar que a crise já acabou". Claro que o ministro das Finanças está a fazer o seu papel, tentando injectar confiança nos agentes económicos.
Porque a retoma não chega por obra e graça do espírito santo. É preciso que os empresários e os consumidores sintam confiança para poderem investir e consumir mais. Mas ainda é muito cedo para lançar foguetes. Sobretudo quando ainda temos pela frente o desemprego galopante, o consumo em contracção, as exportações a afundarem e os cofres do Estado a emagrecerem pela falta de receitas fiscais. Económico

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