sábado, 18 de julho de 2009

O obscurantismo do jornalismo, nos nossos dias...

Um jornal diário (que o ‘dedopolitico’ não se atreve a identificar, por não ter meios para pagar os direitos de autor) noticiou hoje que “os grupos de média lusos vão criar uma cooperativa para fiscalizar a divulgação não paga de textos jornalísticos na Internet”.

O presidente de um importante grupo de comunicação social (que o ‘dedopolitico’ não se atreve a mencionar por não possuir meios para pagar os direitos de autor, mas que informa a titulo de curiosidade, que é o responsável pelo canal localizado na posição 3 da sua televisão), descreve a declaração de Hamburgo (carta sobre os direitos de propriedade intelectual na Internet) como sendo “uma plataforma importante de arranque. Se não houver remuneração dos conteúdos com credibilidade, o jornalismo corre graves riscos, a democracia corre graves riscos. Não podemos evoluir para outras plataformas se os nossos conteúdos não forem pagos.”

O mesmo jornal informa ainda que “o primeiro passo da nova entidade, que se chamará Agemedia, será o de “escrever” aos que utilizam indevidamente os conteúdos a avisar “de que não o devem fazer ou como o podem fazer”, através do pagamento de direitos de autor” “ Se a situação persistir “será resolvida em tribunal”, revelou o presidente da Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.

“No início serão os utilizadores indevidos nacionais a estar na mira da nova entidade. Aqueles que disponibilizam nos seus sites notícias divulgadas pelos órgãos de comunicação social sem o devido pagamento.”

The future of journalism in the Internet age

"Se Guteemberg não ficou rico, outros ficaram. Na época havia uma grande demanda por livros, demanda essa que os mosteiros não conseguiam satisfazer. Em pouco tempo, um livro impresso tinha qualidade tão boa que alguns o confundiam com os manuscritos. Até mesmo ilustração e capitulares eram acrescidas à obra para lhe dar valor. A imprensa surge imbuída de espírito renascentista." virtualbooks

O proteccionismo exacerbado do jornalismo poderá num futuro (muito próximo) resultar num retrocesso de tal ordem, que o aproximará do obscurantismo medieval!

Longe vai o tempo em que o jornalismo servia a humanidade; e era considerado o mais importante instrumento informativo das sociedades modernas na luta contra as politicas repressivas, denunciado os hediondos actos dos seus Ditadores.
Longe vai o tempo em que o maior prémio que o jornalista poderia receber, era saber qual a projecção que poderia alcançar com publicação dos seus artigos, e qual a aceitação que os seus artigos teriam por parte do público.
Longe vai o tempo em que o jornalista fazia desta profissão uma acto de fé e de evangelização, aproximando-o da vida do eremita...

O jornalismo é hoje um mero instrumento de financiamento das grandes empresas de comunicação social. Portanto, um negócio em que os seus protagonistas não se envergonham de diariamente tentarem arranjar artimanhas e artefactos para ‘extorquir*’ mais um ganho financeiro a quem quer que seja, incluindo os seus fieis leitores! A transformação dos jornalistas em agentes comerciais, em detrimento do orgulho da profissão escolhida, faz o 'dedopolitico' concluir que esta é a principal razão pela inexistência de jornalistas/jornalismo de investigação em Portugal.

Será que o desrespeito e o oportunismo é tão grande, que inventam frases (como: "propriedade intelectual?" a "democracia corre risco?") para impedirem o leitor de usar as noticias que pagam, para depois (estes mesmo senhores) tentarem receber em duplicado, aquilo que o leitor transcreve em algum sitio da net?! dedopolitico
(Extorquir*: tirar algo mediante ameaça )

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