O tufão que assolou o país no ultimo semestre do ano transacto - que trouxe desemprego, crédito de habitação pela hora da morte, e aumentos constantes dos combustíveis - tornou os cidadãos nacionais de tal ordem impotentes face a este vendaval, que muitos foram aqueles que viram todos os seus projectos de vida futuro devastados!
Certo é, quem é peixe grande nunca morre na praia; ou seja, o mesmo é dizer que estes grandes 'estupores' com as suas previsões e as suas análises financeiras, conseguiram antever em surdina, e com 100% de certezas a crise que se avizinhava!
E o que fizeram?
- Aumentaram sucessivamente e sem justificação possível (aos olhos do comum dos mortais) os preços dos combustíveis como nunca se tinha visto antes;
- Aumentaram o crédito habitação de tal ordem que conseguiram hipotecar (ainda mais) as famílias portuguesas, obrigando-nas a mexer nas suas poupanças;
- E por último, numa estocada final, despediram-nas! Deixando-as sem recursos para enfrentarem o futuro apocalíptico que acabou por chegar cobardemente!
Em conclusão: O que estes 'estupores' fizeram, foi somente, cobrar por antecipação uma crise que o desgraçado (como sempre) teve de pagar, por tudo aquilo que não conseguia pagar!
O PSD [de Ferreira Leite] para fazer face á crise, e para mostrar que ainda era uma oposição 'activa' e credível, lançou em finais de Abril uma campanha pelo país, onde anunciava em cartaz, uma 'politica da verdade', e disponibilizava um número de telefone para onde os cidadãos podiam ligar, para dar sugestões ou falar dos descontentamentos que os martirizavam.
Passado 4 meses, a linha 'Ferreira Leite' deu o que tinha para dar! Ou seja, nada!
Trrrrim! Trrrrim!
Atendiam... ouvia-se alguém a falar, de uma forma tão impessoal, que a vontade era desligar! Mas como tinha chegado até aqui, o cidadão curioso, e como bom português que era, lá continuava...
Depois da mensagem de apresentação da 'Ferreirinha'; o cidadão tinha que 'gramar' os seus operadores/colaboradores (que ao contrário daquilo que foi mencionado, nada tinham a ver com o partido, mas simplesmente pertenciam a um calll-center contratado para o efeito) a procederem ás explicações das regras do jogo, dos minutos que tinham para efectuar os seus desabafos, e do uso de linguagem que deveriam ter para poderem argumentar as suas revoltas.
Tudo isto era ainda, antecedido por um infindável questionário sobre o sexo, idade, profissão, região, e uma montanha de tantas outras perguntas pessoais, e indispensáveis, que quem queria simplesmente usar de um ouvido amigo que o pudesse acalmar e dar algum conforto interior, começava por desesperar!
Assim conseguia o cidadão iniciar a sua conversa, com as suas sugestões e os seus desabafos...
'Hó Senhor, ouça lá, a vida vai de mal a pior! Não acha?' ... (um silêncio estático do outro lado da linha)
'Eu fiquei sem emprego vai pra lá de seis meses, é certo que tenho o subsidio, mas isso não chega pra nada...não acha?' ... ( o silêncio era procedido por um Humm! Humm! do outro lado da linha)
'Eu liguei, porque o que eu queria, não era pra mim, porque eu cá me vou arranjando com o subsidio! Mas um emprego pra minha filha que acabou agora o curso e ainda não arranjou nada, é que vinha mesmo a calhar! Vocês por acaso não precisam aí de ninguém para atender telefones?' ...
(o humm! humm! dava agora origem a uma desculpa, e pedia-se ao cidadão para que falasse do que estava mal no país; e solicitava-se ainda que fosse breve, pois só poderia dispor de mais 1 minuto para o término da sua chamada!)
'Hó Senhor, o 'scrats' é mesmo um F.D.P, não acha? Esse gajo estava bem era lá no C... mais Velho.... não era?
Entretanto, a ligação caía, porque tinha expirado o tempo máximo da chamada!
O 'dedopolitico' quer esclarecer o seguinte:
Este périplo de desabafos unilaterais, era somente interrompido pelo operador/colaborador aquando do uso de 'palavrões' (exprimem sentimentos e não ofensas), em que este solicitava ao cidadão para moderar o tipo de linguagem. No final da chamada o operador/colaborador, tomava nota da descrição de toda a conversa ouvida, e num português erudito e sem palavrões, despersonalizava toda a informação; que era posteriormente enviada á Srª 'Ferreirinha' para que esta inventariasse todos problemas sociais deste país!?
A linha telefónica que se destinava a ser um confessionário de desabafos para o desgraçado do eleitor, tornou-se simplesmente um calvário para este!
Nota final: Quando um eleitor telefona, a dizer que determinada pessoa é uma F.D.P, não quer com isto, insultar a sua Santa mãe, mas simplesmente, em português verbal 'nortenho', dizer que o essa pessoa é incompetente, e que nada faz para ajudar a resolver os problemas do país... neste caso (e em particular) mostrava o desespero que este cidadão tinha em arranjar um emprego para a sua filha.
'Se não podes combate-los; junta-te a eles'?
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