sábado, 6 de março de 2010

“Tão simples quanto isto”…

Em qualquer lado, incluindo em determinadas autarquias deste país, se encontra gente próximo do poder local que invoca, quase diariamente, o nome do líder para tirar proventos indevidos!

“Consta por aí, e desde há algumas semanas, que o eterno inquérito ao Freeport de Alcochete chegou ao fim.” “Consta que, seis anos depois, nada têm contra José Sócrates e que tudo se ficará, como se adivinhava desde o início, por uma acusação de tentativa de burla e extorsão contra o próprio Freeport, por parte de alguns cavalheiros de aventura, invocando para tal o nome de Sócrates.”

“Você, caro leitor, se se visse acusado de corrupção e se soubesse inocente, não desejaria que o processo se concluísse rapidamente, para limpar o seu nome? E se, ainda por cima ocupasse uma cargo político, não teria mais ainda o direito de o exigir? Há alguma democracia no mundo que se possa governar com um primeiro-ministro que passa seis anos como suspeito de corrupção, enquanto o processo se arrasta com todas as delongas e o homem é julgado e executado na praça pública, através de fugas de informação para a imprensa?”

“Agora, não se admirem se José Sócrates vier perguntar se tão inexplicável demora foi para manter o processo vivo até às eleições de Outubro, se foi para manter no ar o “Jornal de Sexta”, de Manuela Moura Guedes, ou se foi para esperar ainda que um milagre caído do céu nos autos viesse justificar tudo o resto. Tem toda a legitimidade para o fazer.”
in crónica de Miguel Sousa Tavares, Expresso, 06 de Março de 2010

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