domingo, 29 de novembro de 2009

'Dura lex sed lex' e as 'paelladas' políticas...

A 'lex' será sempre 'dura' para com os 'pobrecitos' desconhecedores da lei, e impunitiva para com todos aqueles que, apoderando-se do conhecimento da mesma, cometem crimes no intuito (ou certezas) de serem ilibados.

A lei é dura, mas infelizmente parece não ser para todos. Quem controla em absoluto a democracia nacional comtemporânea, conhecendo e elaborando a 'dura lex', parece ser quem mais transgride, prevarica, corrompe, furta, rouba, e no acto da injúria, faz uso da extorsão, cria clientelísmo, trafica influência e extradita opositores.

Enfim, parece ser aquele que, fazendo uso do 'colarinho branco', se "serve do poder para ajudar os amigos [e] os confrades, a conseguir bons empregos e bons financiamentos", através da 'inimputabilidade' (muitas vezes política) dos seus actos!

"Quando a Justiça treme no combate ao crime económico e à corrupção...

"O sistema de justiça treme e abana todo quando é confrontado com uma investigação criminal em que os visados são gente poderosa e com influência. E treme de baixo para cima e de cima para baixo, dando uma imagem de si própria de medo e de falta de confiança.

A justiça e os seus actores não estão preparados para lidar com este tipo de criminalidade, nem têm capacidade ou força para enfrentar gente fina de colarinho branco, para investigar os ‘donos’ do regime democrático." (...)

"Neste momento difícil na vida dos tribunais, devido a processos como ‘Submarinos’, ‘Sobreiros’, ‘Freeport’, ‘Apito Dourado’, ‘BPN’ e ‘Face Oculta’, era chegada a hora de os juízes dizerem basta. Bastava, que quisessem, exercer as suas competências constitucionais, de forma exemplar e rigorosa, pondo na ordem esta gente que pensa estar acima da lei. Não era preciso invadir as competências atribuídas ao poder político.

E, se em vez de tremerem, agissem bem e depressa, tinham o cidadão como aliado, reganhando, junto da sociedade, o prestígio e a confiança perdida. A escolha é entre o abismo com morte certa e o paraíso da moral e da ética que nos salva a alma."

Correio da Manhã, Rui Rangel, Juiz Desembargador

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